
Dr. Bernarndo Reis
Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga
Mensagem
O Festival Internacional de Órgão de Braga contribuiu para revitalizar a arte organística na cidade, a partir de 2014, graças a um movimento forte de conjugação de esforços ligados à liturgia bracarense, às associações culturais e a um conjunto de especialistas como musicólogos, organistas e organeiros.
Houve um período em que os órgãos deixaram de ser tocados, de serem funcionais e muitos foram-se degradando e os organistas perderam o estímulo para criar, atingindo o auge cerca de 1950, com falta de organeiros, construtores e reparadores competentes. A solução viável e económica achada foi substituir os órgãos por harmónios de palheta, passando a arte organística por uma longa fase de eclipse.
Mas, felizmente, a partir de finais do século XX, a arte organística começou a retomar progressivamente o seu antigo esplendor e por todo o país o órgão voltou a ser uma referência para as cerimónias litúrgicas e para concertos nas catedrais, basílicas e igrejas, mediante a recuperação dos órgãos e da relevância dada a este instrumento marcante desde o período medieval.
O lançamento do Festival de Órgão na cidade de Braga contribuiu para voltar à arte organística como parte relevante da liturgia solene ou quotidiana das solenidades religiosas.
É de salientar o alcance nacional e internacional que este evento bracarense atingiu, não só pelo valor artístico dos intervenientes multinacionais, mas também pela forma como a cidade o acolheu, sendo de salientar a competência da direção artística e a eficiente organização das entidades envolvidas.