O órgão e o sopro
No ano em que a cidade de Braga se eleva a capital portuguesa da cultura, o Festival Internacional de Órgão coloca em destaque os imponentes "instrumentos rei", alguns com cerca de 300 anos e que, tendo como elemento comum o ar "soprado" para a produção do som, chama ao palco vários instrumentos de sopro ou "de vento", sob o tema “O órgão e o sopro”.
Será uma oportunidade para nos cruzamos com instrumentos que nos são familiares, como a flauta, o clarinete, o oboé, a trompa ou o trompete, mas também para contactar com as incomuns cornettas e charamelas. Espaço ainda para ouvir pela primeira vez o sheng, instrumento milenar chinês, as trompas alpinas e até o assobio.
Não esquecemos as vozes de coros, as palhetas de harmónio e as inúmeras possibilidades dos órgãos de Braga, também eles aerofones, que utilizam o ar como elemento fundamental para a produção sonora. No órgão, os pulmões humanos são substituídos pelos foles e os diferentes timbres que encontramos nos instrumentos de sopro vemo-los reunidos no interior, em diferentes registos sonoros.
O sopro é, de facto, a alma de muitos instrumentos musicais e o princípio da própria música quando consideramos que a mesma resulta da agitação do ar. O sopro está diretamente relacionado com a voz humana pois é graças ao ar “soprado” que se gera o som vocal com que comunicamos. Este pode também, num sentido figurado, significar a alma ou inspiração, usado na filosofia grega, na literatura e na teologia cristã para se referir ao espírito divino ou ao "sopro da vida".
Mantendo uma linha de criatividade e a originalidade de concertos únicos, o Festival mantém na sua génese a valorização do Património organológico da cidade e da região, a par da Educação para a Arte e a promoção da Cultura.
Dê-nos a honra da sua companhia!
Cartaz 2022